quarta-feira, 30 de julho de 2008

Gestão da Saúde de Ilhéus com dificuldades


Tudo em função da seleção que o município realizou às pressas com vistas a atender ao TAC (Termo de Ajustamento de conduta) do Ministério Público com relação às contratações de profissionais realizadas pela Secretaria de Saúde.

O fato é que a gestão da saúde de Ilhéus já passava por dificuldades em função da freqüência de troca de Secretários de Saúde (foram oito nos quase quatro anos da gestão), sem contar no entra e sai dos alcaides Newton e Valderico, fatos que abalaram as estruturas administrativas, jogaram abaixo e emperraram projetos e trabalhos então implementados. Pairava a cada troca a impressão entre os trabalhadores de um recomeçar, um partir do zero, situação que ninguém suporta mais.

Após a tomada de decisão do MP de orientar o município pela exoneração dos trabalhadores contratados, chamamento dos concursados e realizar seleção pública para as demais funções não contempladas na lista do concurso então vigente, observou-se ainda mais o agravamento da situação. Os trabalhadores já descontentes com as baixas remunerações e com as insatisfatórias condições de trabalho, viram-se ainda mais aflitos com a possibilidade de perderem seus empregos se não aprovados na seleção pública. Alguns desses trabalhadores conseguiram manter-se nos seus vínculos, aprovados nessa seleção, porém, novos profissionais foram aprovados e incorporados ao serviço, sem nenhuma orientação e conhecimento sobre a organização do sistema, dos fluxos estabelecidos ou políticas adotadas pela gestão municipal na organização dos serviços.

Observem que não sou contra a ação do MP, pelo contrário, apoio iniciativas como essas, que privilegiam a realização de concursos públicos, que garantam uma continuidade dos trabalhos mesmo que aconteçam troca de gestores, além do que, o concurso público é a forma de impedir que políticos mal intencionados utilizem as gestões municipais para aparelhamentos partidários ou como cabide de empregos. Entretanto, chamo atenção que é necessário ter cautela na forma como são realizada as trocas dos profissionais. Alguns serviços demandam mão-de-obra especializada e contam com profissionais que receberam investimentos de treinamento e capacitações pelo município para melhorar a qualidade da atenção à saúde e, perdê-los, pode significar um duplo golpe para os serviços e gestão.

Outro grave problema está relacionado ao chamamento dos concursados. O MP também resolveu prorrogar a validade do concurso público realizado na última gestão do ex-prefeito Jabes Ribeiro para preencher com concursados as vagas então em vacância na Secretaria de Saúde. Para algumas funções, foram chamadas pessoas que ficaram além do centésimo lugar na colocação geral. Não atentaram que alguns desses profissionais não obtiveram média suficiente para serem classificados, mas mesmo assim, foram convocados.

Para o então prefeito Newton Lima esse processo pode ter representado algum desgaste político, pois os trabalhadores andam nada satisfeitos e a população com dificuldades em ter resolvidas as suas demandas de saúde.

Espera-se que finalizado o processo eleitoral o município possa realizar novo concurso público para então preencher as vagas restantes com profissionais do quadro efetivo, o que só deve acontecer em 2009, a depender também de como será o resultado das eleições municipais desse ano.

Nesse momento de eleições, vale então observar os candidatos e suas propostas políticas. Projetos que contemplem a realização do concurso público, melhoria salarial e de condições de trabalho para os profissionais de saúde podem fazer a diferença na hora da escolha do voto.

Um comentário:

Anônimo disse...

sou gestora de organizações de saúde que sabe se eu tivesse uma oportunidade eu pudesse fazer alguma coisa pra ajudar a população . Quem sofre na sua plenitudade com o problema é a população