sábado, 8 de novembro de 2008

Gerenciamento de Risco na unidade hospitalar

No dia 30 de outubro aconteceu no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, na cidade de Itabuna - BA um Workshop abordando o tema gerenciamento de riscos na unidade hospitalar.

Nessa oportunidade, os discentes de enfermagem da FTC do último semestre, junto com alguns alunos de nutrição, tiveram a oportunidade de abordar de uma forma bem descontraída e dramatizada situações reais do cotidiano hospitalar e que podem trazer agravos para todo o público que frequenta esse espaço, que vai desde os profissionais e trabalhadores em saúde aos acompanhantes e pacientes desse nosocômio. Foram abordadas então os temas sobre a nutrição hospitalar, o papel dos acompanhantes, a observação de sinais de riscos para uma possível parada cardiorespiratória, os riscos para acidentes de trabalho bem como a boa manutenção e destreza dos equipamentos hospitalares, todos com um enfoque crítico-reflexivo e deixando a mensagem que gerir riscos também é salvar vidas.

Agradeço de coração ao empenho e dedicação dos discentes de enfermagem da FTC, os verdadeiros protagonistas desse show e sem os quais nada disso teria acontecido.

Parabéns, vocês fizeram e fazem a diferença!!

(*) Veja a matéria no site da FTC - Itabuna aqui
(**) Os abraços especiais vão para: Lucas Prancheta, André Psico, Mariana Morrão, Jaqueline Digoxina, Alex Boneco de Olinda, João Anamnese, Fabrícia artista da Globo, Marcelle Mamãe, Luciolla Perigo, Deniiiiiise carioca, Tilly (tem que ter tilly), Cauanna das fotos (afffff!), Vânia Trem Bala (raspa, raspa, raspad...), Térsila Trem Bala II (raspa, raspa, raspad...), Allana e Márica, as intensivistas (:P)
(***) Abraço especial 2: para a Tia Lu Nobre... beijos enormes!
(****) Abraço especial 3: aos alunos de nutrição e ao público que prestigiou o evento. E a salada de fruta: sim, ela estava maravilhosa!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A culpa é do paciente que não melhora!

Algum de vocês já viram uma situação dessas?

Profissionais de saúde como médicos, terapeutas, psicólogos, após tanto tempo acompanhando e tratando seus pacientes e sem conseguir "algum" êxito nos seus intentos, acabam por atribuir a culpa de não melhoria aos próprios pacientes! E isso acontece porque esses trabalhadores de saúde, orgulhosos de suas profissões e detentores de conhecimentos científicos capazes de gerar alternativas e possibilidade de tratamento àqueles que demandam cuidados de saúde, não admitem que alguns pacientes fogem às suas habilidades clínicas e capacidades terapeuticas, e aí se instala o problema.

Uma matéria muito interessante tratando sobre o assunto foi publicado no portal G1 Ciência e Saúde no dia 22 de outubro. Conforme destacado pelo professor de psiquiatia Richard A. Friedman da Weill Cornell Medical College e que assina a matéria, alguns pacientes nutrem o desejo de permanecerem "doentes" e de preservar todo o status quo que sua situação de enfermo agrega para si próprios. Nesse momento, esses pacientes passam a serem observados como centrais nas situações, recebem atenção diferenciada pelos seus amigos e familiares e terminam frustrando os profissionais que os acompanham, pois tentam a todo custo "curá-los" da patologia então instalada e fazer com que voltem ao "estado de normalidade", por eles então considerado e desejado.

Trazendo algumas ilustrações e experiências vividas por outros profissionais, o professor traz à roda de discussão a necessidade desses mesmos profissionais refletirem sobre as reais necessidades dos pacientes e ampliar as capacidades e sensibilidade para compreender os reais desejos dos seus "enfermos". Atitudes como estas auxiliarão no processo de "melhoria" desses pacientes e com certeza redirecionará toda a prática e conduta desses profissionais, fugindo, sobretudo, ao cientificismo com que são realizadas muitas das práticas em saúde nos dias atuais.

Vejo que essas perpectivas põe em xeque ainda as condutas mecanizadas e a grande dependência de tecnologias pelos profissionais na resolução de casos clínicos. Sempre é importante lembrar que as práticas em saúde não podem estar desvinculadas do cenário em que esse indivíduo está inserido e como os condicionantes sociais desse contexto interferem positivo ou negativamente no quadro clínico dessas pessoas. Acho que o texto do professor Richard, nas entrelinhas, também aponta para caminhos mais simples e autônomos como alternativas de tratamento.

Bem, leiam a matéria, vale a pena, com certeza.

E lembrem: a culpa não é do paciente. Tudo está relacionado com a forma como você ênxerga e deseja o mundo.

Para os mais céticos e que carregam de forma aflorada todo o seu arcabouço tecnocientífico como infalíveis no tratamento dos seus pacintes, aí vai uma dica: se a situação ficar feia e nada mais funcionar, está na hora de chamar pelo Dr. House.


(*) Agradecimento ao colega Marcos pela indicação da matéria