quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Como ficar doente

Ótima matéria de Ivan Lessa da BBC Brasil. Segue na íntegra abaixo

Em primeiro lugar, há que se escolher uma doença pouco complicada. Uma doencinha, digamos. Não vamos complicar muito as coisas. Pode ser muito bonito e encher a boca, mas um diplococus assemiático ou uma renhite gastrointestinal é coisa pra gente grande e, pé de pato, mangalô três vezes, geralmente acabam em besteira da grossa.

Sejamos docemente comuns. Fiquemos numa gripe. Não resfriado, que esse se tira de letra. Dizem. Gripe. Gripe biguana. Daquelas de derrubar. Combinado assim?

Então vamos à segunda parte da questão.

Onde ficar doente? Onde ser derrubado por uma baita gripe? Em qualquer parte daquele que já foi chamado de Terceiro Mundo e, agora que tirou o mestrado virou Mundo em Desenvolvimento, é melhor não.

Quer dizer, há médicos de escola e escolaridade superior, mas mesmo assim eles ainda não conseguiram um remédio garantido para o gripe. Ou sequer o resfriado. Receitam aspirina, ou paracetamol (só para mostrarem que se pegaram um diploma no Mundo Desenvolvido), muito líquido e descansar. Ficar de molho, em sumo.

Sim, sim, há vacinas. Não conheci uma única pessoa, com qualquer idade, broto ou provecto, que uma vez vacinada tenha chegado até os amigos e, com um sorriso idiota na carona, tenha dito, "Eu estou completando esta semana 6 anos sem gripe ou resfriado". Filho da mãe. Como se fossem 6 anos sem botar um cigarrinho na boca, cheirar uma fileira ou se injetar com heroína. As vacinas antigripais são uma lenda urbana propagada pelos laboratórios. Para variar. Marcam um dia da semana, você vai até o consultório, nem vê o médico, e é vacinado por uma enfermeira que invariavelmente acrescenta depois da picadinha, "Tá vendo? Não doeu nada."

Minha senhora, por mim poderia doer pra burro, contanto que funcionasse. Que eu não fosse obrigado a ficar cuidando de não pegar um vento encanado ou me molhar na chuva.

Resumindo: não ficar gripado na República Democrática do Congo, mesmo em semana sem genocídio. Gripe é para a Zona Sul carioca até, no máximo, 1965. Ou então Nova York, Roma, Paris e Londres nos dias que saudavelmente (canalhas) correm. Em qualquer cidade onde Chanel tenha um estabelecimento comercial devidamente estabelecido e concorrido. Não vai adiantar nada para a gripe, mas não deixa de ser reconfortante saber que, em algum ponto da cidade, há uma loja da Chanel.

Sejamos francos. Ficar em casa 3 ou 4 dias seguidos, sozinho, com a gata te estranhando, é sacal. Duro mesmo. Os olhos lacrimejam, os ouvidos se fazem surdos ao som gordo em altíssima fidelidade no aparelho novo, onde não há CD de jazz com matriz recuperada e digitalizada que diga alguma coisa.

Lá está, numa tarde de segunda ou terça-feira, na sala, a televisão em LCD, alta definição, 37", som surround, mostrando jovens que um dia serão "celebridades" falam inanidades, com voz de débil mental, para crianças não muito ladinas também. Impossível ver a reserva de coisas gravadas. É uma afronta aos olhos e à sensibilidade. Livro? Nem pensar. A programação é diferente.

Tossir o mais baixo possível, mesmo que seja o tempo todo, para não assustar a gata, que, como você, já não é lá tão jovem assim. Desistir de ir ensopando lenços e - assumamos nossa condição -- pegar um lençol de uma vez. Não conferir em hipótese alguma se a febre lhe faz companhia. Claro que você está febril. Eu falei que era gripe e não resfriado. Melhor, no entanto, não piorar as coisas. Há que se tentar fingir-se de forte.

Só mais um copinho de suco de laranja. Não falam que fruta cítrica é o melhor remédio para essas coisas? Então... Seguido desse ótimo recém-descoberto de lixía. Não esquecendo do de papaia. Pena que o de uva (Welch's, claro) tenha acabado.

Ao menos, na terça-feira fez um solzinho e a temperatura estourou lá pelos 14 graus dos nossos. Segunda foi uma barra. Gripe em casa e chuva lá fora, essa combinação letal nem o Tito Madi resolvia.

Não lutar contra a vontade de se esparramar no sofá. Depois de uma boa chuveirada, roupinha limpa (nunca usar pijama quando gripado), passar a colônia Ach. Brito portuguesa em doses cavalares pelo corpo todo. Você pode não sentir o cheiro. Mas ele está lá. Esperando - mais: estimando - as suas melhoras. Como Chanel.

Pode capotar descansado entre 4 e 5 da tarde de um dia de semana. Afinal, você está gripado. Por alguns dias, com sorte horas, o mundo girou em torno de você. Embora ninguém tenha visto ou ligado e apenas você sentiu o delírio. Só pode ter sido o raio da febre.

Transplante de traquéia é evolução da medicina

Foi nessa semana que foram divulgadas e noticiadas informações acerca do primeiro transplante de traquéia, ocorrido com seres humanos, na cidade de Barcelona (ESP), sendo a então privilegiada a colombiana Cláudia Castillo de 30 anos. Até então transplantes desse tipo só haviam sido realizados experimentalmente em porcos e em cinco pessoas no mundo inteiro.

Cláudia sofria de sequelas de uma antiga tuberculose pulmonar que prejudicou seriamente sua traquéia e pulmão esquerdo. A possibilidade do transplante surgiu como uma opção à retirada cirúrgica do pulmão esquerdo e envolveu profissionais de vários países como Itália, Espanha, Portugal e Inglaterra.

O grande lance da realização do transplante não foi a coragem da equipe e de Cláudia em se submeterem a um procedimento até então pouco testado, mas ao pioneirismo da técnica que evitou a risco de reijeição pela implantação de células tronco da própria paciente no órgão trasnplantado.

Isso é um marco na medicina pois aumenta as possibilidade de realizar novos transplantes com menores riscos de reijeição, com a redução do uso de drogas para o tratamento pós-transplante e com a possiblidade de se aventurar na transplante de outros órgãos e tecidos do corpo humano.

A traquéia do doador foi lavada para remoção das células antigênicas capazes de estimular a resposta de rejeição do organismo. Após esse procedimento, foram então aplicadas células-tronco medulares da própria paciente na traquéia selecionadas através de um bioreator na Itália. A tra´quéia então pronta e moldada, foi transplantada na cidade de Barcelona e Cláudia passa bem, com riscos quase nulos de acontecer uma rejeição do órgão.

Apesar de terem logrado êxito no transplante, a Sociedade Portuguesa de Transplantes e outros órgãos, mesmo felizes com o sucesso do procedimento, preocupam-se com o custo envolvido para realização da cirurgia que fora elevado, o que desde já configura uma barreira ao acesso de outros pacientes em iguais necessidades e pode ainda causar pressão nos órgãos governamentais e demais instituitos de saúde exatamente pelas pessoas que dependem de procedimentos como esse para sobreviver.

(*) Mais notícias aqui, aqui, aqui e aqui!

Atualizando: Essa notícia do transplante usando células tronco da própria paciente fica ainda melhor com a notícia de que Pesquisadores da UFRJ conseguiram multiplicar células tronco com um biorreator que está sendo considerado o aparelho mais moderno do mundo e é capaz de dobrar a produção de células tronco embrionárias.

(**) Por notícias como essas é que os cientistas brasileiros estão sempre envolvidos nas maiores descobertas do mundo

O hospital mais antigo do mundo

(Baseado nos post do História da Medicina e do Ecce Medicus)

A BBC, em setembro desse ano, publicou uma reportagem na qual levantava suspeitas sobre o Stonehenge configurar um Healing Center, uma policlínica dos tempos antigos em que as pessoas para lá se diririgam em busca de melhorias da sua situação de saúde e da cura de seus males.
Essas suspeitas surgiram após a realização de escavações recentes na área que modificou a data da construção em 300 anos, deixando-a mais velha e pelo número de corpos-ossadas encontrados enterrados nesse local. E, apenas para situar-se no tempo e no espaço: estamos falando do perído de 2440 a 2200 a. C. !!!
Sgundo as fontes das matérias, os hospitais surgiram na Europa durante a Idade Média e eram originalmente lugares afastados das cidades, geralmente tocados por religiosos, que recebiam e cuidavam de viajantes, peregrinos, andarilhos, que chegavam até eles debilitados pela jornada, quase sempre famintos e precisando de um bom banho. Daí vem a palavra hospitalidade.

As evidências encontradas nas escavações (as únicas realizadas nos últimos 50 anos) indicam que Stonehenge era o destino final de peregrinos que buscavam nas pedras azuis a cura para suas injúrias. Isso porque os restos dos que morreram ali mostram que eles tinham sinais de lesões ou doenças e que não eram habitantes da região.
Obviamente, ainda não há consenso entre os arqueologistas e outras hipóteses continuam fortes, como aquela segunda a qual Stonehenge era um imenso calendário que os homens pré-históricos construíram para se programar melhor para a mudança de estações.
(**) Ecce Medicus - leva a marca do Lablogatórios. Também indicado

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Impressionante: efeitos do cigarro no nosso corpo em experiência

Esse vídeo eu achei fantástico e peguei lá do Saber é Bom Demais (apud Blogoiaba). O cara usa uma parafernália e sugere/simula na sua experiência, após "fumar" 400 cigarros, o que pode acontecer ao nosso corpo. Só vendo para crer! E vale a pena mesmo ver o vídeo.


Olhem a cor da água e a "torrada" no final

(*) Post especial para os meus amigos fumantes. Larguem esse vício!
(**) Tiago, Lucas e Tom Bar, novamente nõ esqueci de vocês!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

SimMan 3G: o novo robô cobaia que pode revolucionar os estudos da área de saúde

O SimMan 3G é um desses super robôs desenvolvidos pela Laerdal, empresa dedicada a podutos médicos e treinamentos, especialmente na área de emergências.

O SimMan, na verdade, é um "simulador de paciente" e, além de sinais como choro, tosse, sangue, vômitos, suor e fala, o robô traz imbutido em seu sistema alguns features a mais e simula situações clínicas tais como: infarto agudo e síndromes coronarianas, politraumatismos, reações anafiláticas, choque hipovolêmico, patologias e descompensações respiratórias, entre outros agravos e situações, com respostas adequadas a cada intervenção feita no robô.

Só não consegui observar detalhes sobre o preço, mas, não deve ser nada atraente. Porém, levando-se em consideração o custo-benefício, a melhoria da qualidade na formação de profissionais da área de saúde e a não utilização de coabias humanas para testes e/ou treinamentos, o investimento está justificado.

Atenção centros de formação e escolas de saúde Brasil afora. Essa não é uma realidade distante

Matéria do Update or Die

TPM atrapalha 431% dos entervistados... ?????

Post do Jacaré Banguela

Matéria de um Jornal de Jaraguá do Sul (SC)


Pois é. A TPM é tão problemática que afetou 431% os entrevistados segundo a soma acima. E acho que o cara que fez a matéria deve estar convivendo com uma mulher daquelas...

Travesti grávido e jovem "enganado"

Essa eu peguei do Verdade Absoluta. Deixo os comentários por conta de vocês. Segue abaixo a matéria.

O amor algumas vezes realmente é cego, mudo e sem tato. Um jovem de 19 anos se apaixonou por uma mulher, ela engravidou e o casal foi morar junto. Tudo como manda o figurino, isso se seis meses depois ele não descobrisse que ela não poderia engravidar, não tinhanem mesmo os órgãos sexuais femininos e, na verdade, era um travesti. Com a revelação, na última quinta-feira, ele teve que ser hospitalizado.

O rapaz a conheceu em um bailão há cerca de seis meses e foi amor à primeira vista . Os dois apaixonados mantiveram relações sexuais e, no fim da “festa”, se despediram. Um mês depois, a jovem bateu na porta da família do ficante e pediu abrigo: ela estava grávida do jovem de 19 anos.

A sogra adorou a surpresa e prontamente aceitou a nora de braços abertos. O futuro papai também ficou feliz com a novidade. A barriga começou a crescer e os dois viveram alguns meses em perfeita harmonia, até que a relação começou a passar por algumas crises amorosas.

Entre uma discussão e outra, a mulher apanhou e, acompanhada da sogra, foi até a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. No local, deu o nome de Bruna de Souza. Rapidamente, o sistema informou erro, não havia ninguém com este nome. “Começamos a suspeitar de algo errado. Mesmo apresentando uma gravidez aparente, pensamos se tratar de alguém que havia fugido de casa ou que estivesse com mandado de prisão em aberto. Passamos a investigar quem realmente era aquela moça”, informou o delegado.

Para a surpresa dos investigadores e mais ainda da família que abriu as portas para a Bruna, a moça era um homem de 19 anos. O susto foi tão grande que o companheiro teve que ser internado às pressas no hospital do município: ele teve um mal súbito com a notícia de que a mulher era marido.

O jovem não entendeu nada porque o casal mantinha relações sexuais e ele não havia percebido que a moça tinha órgãos masculino. “O rapaz contou que sempre que se relacionavam, ela apagava a luz e comandava as ações. Em todos estes meses, ela não havia permitido que o companheiro tocasse as suas partes íntimas e, por isso, ele não percebeu nada”, explica o policial.

Já sobre a gravidez de Bruna, era apenas uma reação psicológica. Ela acreditava tanto que estava grávida, que o corpo passou a desenvolver abarriga. “O travesti aparentemente era uma mulher, enganava bem e não tinha os traços masculinos”, acrescentou o policial. O caso foi encerrado e o casal, a princípio, iria se separar.

a) Depois dessa ele ficou conhecido como “Ronaldo do Bailão”
b) Moral da história 1: Nunca se apaixone à 1ª vista por alguém que você conheceu no mictório ao lado.
c) Moral da história 2: Se a sua mulher SÓ quer fazer sexo anal, você NÃO é um cara de sorte.
d) “Amor, que clitóris grande você tem. Mal cabe na minha boca!”
e) O nome que eles iam dar pro filho eu não sei, mas aposto que o apelido ia ser “Lombriga”
f) O pré-natal vai ser no urologista.
g) Hum, como assim “a princípio”?
h) Comandar as ações durante a relação = Ativo. Ok?
i) Mudo? Então ele já tinha engasgado…

(*) Eu acho que o interessante da matéria é a gravidez psicológica não acham? Não percam o foco hein!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

No ritmo que o coração precisa: música do Bee Gees pode salvar vidas

Cada dia sai mais uma dessas!

Uma matéria da seção Mundo do jornal Gazeta do Povo afirmou, segundo pesquisas realizadas, que a música do Bee Gees, Stayin' Alive, que bombou nos anos 70 nas danceterias do mundo afora, pode salvar vidas.

Segundo os estudiosos, a música tem na sua batida a frequência ideal para realização das compreesões cardíacas em pacientes com parada cardiorespiratória. De acordo com a American Heart Association, que protocola e uniformiza as ações em situações de PCR (parada cardiorespiratória) conforme os guidelines de 2005-2006, as compressões em situações de PCR, devem ser realizadas da ordem de 100 compressões por minuto. E a música Stayin' Alive tem 103 batidas no ritmo do refrão.

Interessante essa pesquisa, porque um sem número de pessoas pelo mundo afora desconhece técnicas de suporte básico de vida que podem ser aplicadas para pessoas vítima de parada cardíaca e/ou respiratória e assim ampliar as possibilidades de sobrevivência das mesmas. O mesmo manual que rege sobre as condutas diante de paradas cardiorespiratórias tambem afirma que não existe suporte avançado de vida se não existir um suporte básico bem feito até a chegada do serviço especializado.

Associar as práticas do suporte básico a formas mais criativas de apreensão de conteúdos, caso da música do Bee Gees, amplia a capacidade de absorção das informações pelas pessoas e afugenta o medo das pessoas no exercício dessas práticas.

Vejam abaixo a música e confiram!



(*) Humor negro: o paciente parou!!!!! Toca um Bee Gees aê...
(**)Imaginem a cena: os cursos de emergência, no momento das práticas de RCP (ressucitação cardiopulmonar), tocando Stayin' Alive
e o pessoal treinando
(***) Agora pensem a mesma cena dentro de um hospital... como tem doido pra tudo, não duvidem!
(****) Quem foi o doido que ficou ouvindo e contando as batidas da música hein?!?!?

Resultado Final do Projeto Parece simulação, mas é real. Parece real, mas é simulação

Segue abaixo relacionados os resultados da simulação do processo seletivo para ingresso em instituição hospitalar segundo colocação, identificação e resultado final:


FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS – ITABUNA/BA
CURSO DE ENFERMAGEM - ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
PARECE SIMULAÇÃO, MAS É REAL, PARECE REAL, MAS É SIMULAÇÃO
Simulação de Concurso Público para ingresso em Instituição Hospitalar

RESULTADO

(*) As provas e gabaritos serão entregues no dia 12 de novembro de 2008.
(**) O critério de desempate utilizado deverá ser esclarecido com os organizadores

sábado, 8 de novembro de 2008

Gerenciamento de Risco na unidade hospitalar

No dia 30 de outubro aconteceu no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, na cidade de Itabuna - BA um Workshop abordando o tema gerenciamento de riscos na unidade hospitalar.

Nessa oportunidade, os discentes de enfermagem da FTC do último semestre, junto com alguns alunos de nutrição, tiveram a oportunidade de abordar de uma forma bem descontraída e dramatizada situações reais do cotidiano hospitalar e que podem trazer agravos para todo o público que frequenta esse espaço, que vai desde os profissionais e trabalhadores em saúde aos acompanhantes e pacientes desse nosocômio. Foram abordadas então os temas sobre a nutrição hospitalar, o papel dos acompanhantes, a observação de sinais de riscos para uma possível parada cardiorespiratória, os riscos para acidentes de trabalho bem como a boa manutenção e destreza dos equipamentos hospitalares, todos com um enfoque crítico-reflexivo e deixando a mensagem que gerir riscos também é salvar vidas.

Agradeço de coração ao empenho e dedicação dos discentes de enfermagem da FTC, os verdadeiros protagonistas desse show e sem os quais nada disso teria acontecido.

Parabéns, vocês fizeram e fazem a diferença!!

(*) Veja a matéria no site da FTC - Itabuna aqui
(**) Os abraços especiais vão para: Lucas Prancheta, André Psico, Mariana Morrão, Jaqueline Digoxina, Alex Boneco de Olinda, João Anamnese, Fabrícia artista da Globo, Marcelle Mamãe, Luciolla Perigo, Deniiiiiise carioca, Tilly (tem que ter tilly), Cauanna das fotos (afffff!), Vânia Trem Bala (raspa, raspa, raspad...), Térsila Trem Bala II (raspa, raspa, raspad...), Allana e Márica, as intensivistas (:P)
(***) Abraço especial 2: para a Tia Lu Nobre... beijos enormes!
(****) Abraço especial 3: aos alunos de nutrição e ao público que prestigiou o evento. E a salada de fruta: sim, ela estava maravilhosa!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A culpa é do paciente que não melhora!

Algum de vocês já viram uma situação dessas?

Profissionais de saúde como médicos, terapeutas, psicólogos, após tanto tempo acompanhando e tratando seus pacientes e sem conseguir "algum" êxito nos seus intentos, acabam por atribuir a culpa de não melhoria aos próprios pacientes! E isso acontece porque esses trabalhadores de saúde, orgulhosos de suas profissões e detentores de conhecimentos científicos capazes de gerar alternativas e possibilidade de tratamento àqueles que demandam cuidados de saúde, não admitem que alguns pacientes fogem às suas habilidades clínicas e capacidades terapeuticas, e aí se instala o problema.

Uma matéria muito interessante tratando sobre o assunto foi publicado no portal G1 Ciência e Saúde no dia 22 de outubro. Conforme destacado pelo professor de psiquiatia Richard A. Friedman da Weill Cornell Medical College e que assina a matéria, alguns pacientes nutrem o desejo de permanecerem "doentes" e de preservar todo o status quo que sua situação de enfermo agrega para si próprios. Nesse momento, esses pacientes passam a serem observados como centrais nas situações, recebem atenção diferenciada pelos seus amigos e familiares e terminam frustrando os profissionais que os acompanham, pois tentam a todo custo "curá-los" da patologia então instalada e fazer com que voltem ao "estado de normalidade", por eles então considerado e desejado.

Trazendo algumas ilustrações e experiências vividas por outros profissionais, o professor traz à roda de discussão a necessidade desses mesmos profissionais refletirem sobre as reais necessidades dos pacientes e ampliar as capacidades e sensibilidade para compreender os reais desejos dos seus "enfermos". Atitudes como estas auxiliarão no processo de "melhoria" desses pacientes e com certeza redirecionará toda a prática e conduta desses profissionais, fugindo, sobretudo, ao cientificismo com que são realizadas muitas das práticas em saúde nos dias atuais.

Vejo que essas perpectivas põe em xeque ainda as condutas mecanizadas e a grande dependência de tecnologias pelos profissionais na resolução de casos clínicos. Sempre é importante lembrar que as práticas em saúde não podem estar desvinculadas do cenário em que esse indivíduo está inserido e como os condicionantes sociais desse contexto interferem positivo ou negativamente no quadro clínico dessas pessoas. Acho que o texto do professor Richard, nas entrelinhas, também aponta para caminhos mais simples e autônomos como alternativas de tratamento.

Bem, leiam a matéria, vale a pena, com certeza.

E lembrem: a culpa não é do paciente. Tudo está relacionado com a forma como você ênxerga e deseja o mundo.

Para os mais céticos e que carregam de forma aflorada todo o seu arcabouço tecnocientífico como infalíveis no tratamento dos seus pacintes, aí vai uma dica: se a situação ficar feia e nada mais funcionar, está na hora de chamar pelo Dr. House.


(*) Agradecimento ao colega Marcos pela indicação da matéria

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Brasil é exemplo na atenção básica à saúde.... o que?? como??? ..ânh???

Pois é... matéria publicada no portal G1 no dia 14 de outubro trazia como manchete o Brasil como grande exemplo a ser seguido na atenção básica de saúde.

Lendo a matéria, fica claro que o relatório elaborado pela Organização Mundial de Saúde, intitulado World Health Statistics 2008, é muito mais uma tentativa de sugerir aos países do globo a instituição de políticas diferenciadas de atenção à saúde, sobretudo aos países ricos, em que o nível de especialização é tal qual que encarece os serviços e impedem um grande quantitativo populacional de ter acesso aos mesmos, dado a incompatibilidade financeira que nesse momento se instala e dos modelos então adotados em cada espaço, com grande força dos serviços particulares/privados.

Nessa perspectiva, aí sim o Brasil figura com modelos alternativos de organização dos serviços de saúde, frutos inclusive das incessantes lutas dos movimentos de reforma sanitária que se inicaram no fim da dédaca de 70 e inico da década de 80, no qual prevê o fortalecimento das ações primárias de saúde como a grande saída para elevar o nível de saúde populacional e evitar grandes custos com procedimentos e recursos de maior complexidade, boa parte deles evitáveis com o fortalecimento desses serviços de atenção básica.

O Brasil traz hoje emplacado na política pública governamental a estratégia do Saúde da Família como alternativa de dinamizar o sistema, potencializar os cuidados primários de saúde, evitar complicações de agravos, trazer os serviços para dentro das entranhas das comunidades e com ela vivenciar os problemas e buscar sempre soluções, articuladas com os demais serviços existentes.

Maravilhosa seriam essas premissas e objetivos do fortalecimento da atenção básica se não estivéssemos tão longe da qualidade e dos resultados satisfatórios que foram destacados no relatório da OMS.

Os princípios que fundamentam o SUS da equidade, hierarquização e descentralização dos serviços, integralidade das ações, controle e participação social e especialmente o fundamento da universalização do acesso aos serviços - que é o grande foco da discussão no relatório da OMS para ser "difundido" entre os demais países do globo - foram muitíssimo bem elaborados o que torna a legislação de saúde brasileira uma das mais avançadas do mundo. Mas, não fugindo à regra como acontece sempre no Brasil, há um grande abismo entre aquilo que é proposto legalmente e a sua concretização prática, o que torna falacioso alguns destaques do relatório da OMS que exaltaram a qualidade dos serviços de atenção básica no cenário nacional.

Tenho a convicção de que muito já se caminhou na implementação de serviços, mas é interessante perceber que já passados 20 anos de constituição e da elaboração e planejamento do SUS, ainda hoje falamos em construção do sistema e não apenas na sua consolidação.

Sendo assim, penso que muitas idéias e fundamentações das políticas públicas de saúde do Brasil possam ser utilizadas como ferramentas de apoio para a construção de sistemas de saúde mais igualitários pelo mundo afora, mas, lembrem que por aqui ainda há muito o que se avançar e construir. O modelo daqui pode não ser o mais viável para os países com condições sócio-econômicas e interesses diferentes dos nossos e o Brasil não pode ser nunca citado como exemplo de um país que realmente faz valer a sua legislação, seja ela em qual área for.

Sabe a história do faça o que eu digo, mas não façam o que eu faço...

(*) Para ver o relatório da OMS World Health Statistics 2008 clique aqui - ops!, só tem em versão inglês

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Gás do "pum" trata hipertensão????

Peço desculpa aos meus mais sérios leitores, mas não resisti a publicar essa:

Matéria do G1: Gás do Pum pode ajudar a tratar pressão alta, diz estudo

Agora lá vem: será que um mix de ovo frito, repolho, batata doce, cebola e um copinho de cerveja vai ser o coquetel do futuro para controlar a pressão arterial.... essa deixo pra vocês responderem

Financiamento do SUS: a conta é de quem?

Na semana passada, vi alguma pessoas aparecerem na televisão reclamando dos recursos financeiros estaduais que são repassados para o combate e controle da dengue, insuficientes, segundo os então reclamantes. Todos eles funcionários da saúde de um município e que lidam diretamente com o agravo em questão. Também trazia associados aos seus discursos, naquele momento, o descontentamento pelas suas atuais condições de trabalho, pela precarização dos seus vínculos trabalhistas e as veementes cobranças que têm sofrido nos últimos dias em função do crescente número de casos de dengue na localidade em questão.

Ora, até aí nenhuma novidade. É sabido por todo povo brasileiro que os recursos financeiros repassados pelas instâncias federal e estadual para os municípios é insuficiente para o custeio das ações em saúde, o que demanda grandes investimentos municipais para garantir um mínimo de atenção à saúde aos seus munícipes.

Entretanto, no momento em que assistia o discurso daquele trabalhador de saúde e a forma tão eloqüente com que abordava o assunto em pauta, resolvi então assumir aqui uma postura diferenciada da sempre marcada defesa aos municípios no que tange ao financiamento do SUS.
Revolta-me quando vejo pessoas irem aos meios de comunicação e tratar a temática do financiamento como se fosse algo alheio à sua responsabilidade como cidadão ou como se fosse competência única e exclusiva das demais instâncias federadas, deixando os municípios numa posição “confortável” de mártires, grandes vítimas dos descalabros sofridos pelo insuficiente aporte financeiro que lhes são destinados!!! Ohhhh!!!

Aqui vale lembrar que a partir do momento em que se iniciaram os processos de descentralização dos poderes e recursos, o grande movimento de municipalização da saúde, os municípios deixaram de ser meros operadores do sistema e passaram a assumir papel protagonista na gestão de saúde de suas localidades – pelo menos é que se preconiza. Isso implica na elevação da capacidade de gestão local, o planejamento e execução de atividades mais específicas e direcionadas às distintas realidades e também O FINANCIAMENTO MUNICIAL das ações e serviços de sua localidade.

O grande nó está justamente aí! Os municípios brasileiros, forma geral, ainda não incorporaram a perspectiva de que as ações em saúde têm financiamento tripartite: federal, estadual e municipal! Quase todos os programas e serviços demandam CONTRAPARTIDA FINANCEIRA MUNICIPAL, que apesar de ser a menor das parcelas do montante financeiro total, ainda sim não são bem vistas aos olhos dos gestores municipais.

Na verdade, o que os gestores municipais querem é a manutenção da sua capacidade de gestão garantida pela municipalização, mas, por outro lado, desejam que todas as ações e serviços sejam custeados em 100% com dinheiro vindo dos cofres da união e Estado, sem que os municípios desembolsem um vintém sequer. Dessa forma, todos irão querer serem gestores, pois ser a pedra é muito mais interessante que ser a vidraça.

Trago toda essa contextualização para afirmar que a dengue ou quaisquer outros agravos em saúde não podem ser combatidos apenas pelas instâncias federadas superiores e que os municípios também tem que arcar com as contas que lhes são de competência. É por essas e outras que até hoje no Brasil luta-se pela regulamentação da EC 29 para garantir o repasse mínimo de recursos da arrecadação municipal para a pasta da saúde.
Entendo situação de alguns municípios que possuem indicadores desfavoráveis e não conseguem arrecadar o suficiente para custear algumas ações e serviços que lhes são de competência, ao passo que também entendo que esses devam ser vistos e analisados sob primas diferenciados, mas isso não é uma regra dos municípios brasileiros.

As ações de saúde devem ser vistas e tratadas com as prioridades que elas demandam e o custeio do serviços deve a todo tempo ser negociado e discutido, mas nunca abandonado pelo apontamento dos possíveis culpados, pois, na infeliz possibilidade de não identificá-los, poderemos de forma muito mais fácil vislumbrar os que sofrem com esses desmandos: todo o povo brasileiro!

Precisa então dizer para quem sobra a conta?

(*) Para saber mais sobre o Financiamento do SUS veja aqui ou aqui
(**) Um grande abraço para a turma da pós de Saúde Coletiva - Sanitarista que motivou esse debate

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Aviso aos navegantes

Avisar aos meus "milhares" de leitores que não tenho postado nesses últimos dias pois meu notebook passou dessa para uma melhor. Já tenho preparado alguns posts e amanha já poderi voltar a perturbar vocês.

Então, para quem mandou e-mail cobrando atualizações, aguardem até amanhã.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Restaurante Ataque Cardíaco

O Update or Die sempre trazendo novidades interessantes

O restaurante Heart Attack Grill que traz em seu cardápio guloseimas e outros ítens interessantes para literalmente "matar" a sua fome. Tem até dietas e um livro com orientações para "educação alimentar".

Agora a garçonete-enfermeira foi sacanagem!!! (rsrs)


Roda de Ciência - novo tema mês de Outubro

Pois bem pessoal, uma vez concluída as discussões sobre o tema de Ciência e Tecnologia está no blog do Roda de Ciência mais uma enquete para a seleção do tema do mês de outubro.

É só dar um pulinho no Roda e votar. Os temas para esse mês são:
  • O que falta para o Brasil finalmente se desenvolver
  • Relação entre ficção científica e divulgação científica
  • Romantismo filosófico e movimentos anti-científicos
  • Até quando o Brasil será "o país do futuro"?

Mão à obra!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Emplastro pão torrado?!?!?!?


É verdade, faço um post abaixo falando da evolução da saúde em função da ciência e da tecnologia e percebo que sem um toque de imaginação até as melhores idéias padecem no anonimato.
É como o título do post traz, um emplastro, parecido com o velho emplastro Sabiá, também para ser usado em casos de torcicolo. E o melhor, vocês podem adquirir os Toast Bandages pela bagatela de $4.95 a caixa com 15 unidades.
Agora mãos à imaginação e cuidem bem dos seus torcicolos.
Matéria do blog Update or Die

Saúde, ciência e tecnologia: possibilidade de avanços e geração de conflitos

Como leitor do blog Roda de Ciência, vou tentar contribuir com algumas discussões sobre o tema selecionado do mês, a relação entre Ciência e Tecnologia, associando algumas considerações a elementos do trabalho na área da saúde.

A área da saúde atualmente deve muito aos avanços científicos e tecnológicos acumulados ao longo dos tempos, conhecimentos, tecnologias e experimentações científicas que contribuíram de forma significativa na melhor condução de casos clínicos, na ampliação do potencial diagnóstico de patologias, na melhoria da qualidade de vida das populações, na diminuição dos índices e taxas de morbi-mortalidade de agravos, na ampliação da expectativa de vida das pessoas e na possibilidade das pessoas acessarem bens e serviços de saúde estruturados de todo esse aparato tecno-científico, capazes de oferecer respostas a demandas que lhes são cotidianamente apresentadas, dentre tantas outras contribuições.

Na saúde, os desenvolvimentos em ciência e tecnologia configuram um grande processo, algo dinâmico, em constante evolução e que ainda busca respostas para o enfretamento de situações ainda obscuras, como, por exemplo, a cura da aids e de tantas outras patologias virais ainda sem tratamentos específicos, doenças degenerativas novas aos olhares dos pesquisadores e profissionais de saúde, a possibilidade da descoberta de novos fármacos e insumos no suporte terapêutico dos pacientes, e por aí vai.

É inegável o reconhecimento de que as práticas em saúde modificaram-se ao longo dos tempos, quase que na mesma velocidade em que foram sendo feitas descobertas científicas e que as tecnologias foram criadas e incorporadas. Já pensaram na possibilidade de não existir atualmente o raio-x ou os exames laboratoriais para confirmações diagnósticas? Será que apenas as práticas clínicas e experiências dos profissionais seriam suficientes para garantir a evolução no cenário da saúde, ou, estaríamos nós, ainda hoje, realizando atividades arcaicas que remontam aos tempos de Hipócrates, como sangrias ou outras práticas tidas como brutais aos olhos atuais?

Nesse cenário, a incorporação de tecnologias tornou mais fácil o manejo clínico dos pacientes pela fidedignidade com que as informações passaram a ser mensuradas e oferecidas. Tecnologias como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, a genotipagem, a ultrassonografia, a medicina nuclear, os ecocardigramas, a automatização laboratorial e o próprio advento do computador (softwares e internet), trouxeram grandes certezas num mar de inseguranças, ofereceram parâmetros para as práticas dos profissionais e melhoram significativamente a assistência direta feita ao paciente ou usuário desses bens e serviços.

Porém, nem tudo é um mar de rosas nesse glorioso cenário de evoluções e avanços na saúde. A incorporação de novas ciências e tecnologias tem causado também sérios prejuízos e motivado grandes embates na área da saúde.

A incorporação de tecnologias nos processos de trabalho das equipes de saúde tem colaborado para o afastamento do contato do profissional com o usuário dos serviços e condicionado suas práticas à existência desses insumos tecnológicos. Um modelo que vai à contramão do que se preconiza atualmente, que tenta resgatar a vinculação dos usuários aos profissionais e serviços, estabelecendo uma relação de confiança que já se encontra abalada nos dias atuais. Alguns profissionais então, não dispensam a prescrição e solicitação de exames e procedimentos caros e extremamente especializados, as dita tecnologias duras (segundo os pensadores Emerson Merhy e Túlio Franco) o pondo a maior parcela da população à margem e nervosos pelas suas condições sócio-econômicas que inviabilizam a possibilidade de acessarem os bens e serviços. Outros profissionais, já tão bitolados aos seus “equivocados” processos de trabalho, dispensam o conhecimento e o potencial da clínica e já partem direto para a etapas que deveriam ser finalísticas, como solicitar uma tomografia para uma simples queixa de dor de cabeça ou de expor repetidamente o paciente a radiação do raio-x quando o mesmo queixa de dores lombares, por exemplo?

Vale perceber que as tentativas de incorporar tecnologias junto às comunidades têm levado as grandes empresas, indústrias e grupos comerciais a tentar driblar os olhares mais atentos e críticos das pessoas que também se dedicam a estudar e colaborar com o ramo da ciência e da fabricação de novos instrumentos e tecnologias. Ainda que esses insumos, bens ou serviços não sejam os mais adequados a serem utilizados em situações específicas, o seu uso e consumo é estimulado de forma descompromissada e numa perspectiva puramente mercadológica. Esse fato é bem exemplificado pelas indústrias farmacêuticas que tentam vender seus insumos e tecnologias diretamente ao consumidor final, sem a avaliação ou ponderação de profissionais quanto ao seu uso.

Outro cenário conflitante, também fruto da incorporação dos acúmulos científicos e tecnológicos diz respeito às questões ético-legais tão no cerne das discussões globais do momento, trazendo como carro-chefe as pesquisas com células embrionárias, células-tronco. Discute-se até onde vai o limite humano na manipulação de vidas para salvar outras vidas, da configuração ou não crimes de aborto e da forma não ética com que essas pesquisas podem ser usadas para discriminar seres “geneticamente perfeitos” dos ditos “imperfeitos”.
Com certeza, motivados pelo grande avanço das pesquisas científicas e do suporte do aparato tecnológico, essas serão temáticas que ainda demandarão grandes discussões nas comunidades mundo afora.

Torna-se claro que apesar da relação entre a ciência e a tecnologia trazerem benefícios significativos para população em geral, sobretudo na área de saúde para trabalhadores e usuários dos bens e serviços, essa relação também traz a tona situações conflitantes e melindrosas para esse mesmo cenário. A prudência nesse campo de relação figura como um dos elementos mais importantes para garantir relações pacíficas entre os seus constituintes e para que a incorporação dos seus resultados e avanços sejam implementados em bases mais sólidas, sob o crivo e crítica da comunidade a quem se destinam.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Revista RAIDS - especial Constituição 20 anos

Eu sou leitor e assinante da RADIS, uma revista da Escola Nacional de Saúde Sérgio Arouca - Fiocruz que traz informações e debates interessantíssimos na saúde.

A edição nº 72 é especial e traz debates sobre os 20 anos de constituição e conequentemente, os 20 anos de legitimação da saúde como direito de todos e dever do Estado, bem como a criação do SUS, seus percalços, avanços e retrocessos durante todo esse período de (re)construção, sempre às falas de pensadores importantes do cenário nacional como Gastão Wagner, Sônia Fleury, Nelson Rodrigues Santos, Gilson Carvalho dentre outras peças.

No capítulo da revisa que trata do SUs como um projeto a ser concluído, achei esse trecho muito interessante:


"Se nas pressões e negociações por financiamento suficiente e por novos modelos de gestão, ao longo dos últimos 18 anos, conselhos de saúde, representações nacionais e entidades do movimento da Reforma Sanitária já perderam anéis para manter dedos e dedos para não perder braços, onde a eqüidade, a integralidade, a regionalização e a alta resolutividade da atenção básica (e sua ampliação à classe média) vão parar?" (p. 32)


Vale a pena essa leitura. Clique aqui e lei a revista ou acesse o sítio virtual da RADIS

Ah.... alguns detalhes interessantes:
- a assinatura é gratuita
- a periodicidade da revista e mensal
- você pode ler on line ou baixar o .pdf da revista para sua máquina

Mãos à obra e coloquem essa cabeças para funcionar.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pensando saúde, também!

Tô devendo uns posts bom para os meus MILHARES de leitores. Mas não se preocupem, a cabeça anda maquinando sempre, só está faltando tempo de colocar os dedos para funcionar, mas breve tem novidade por aqui.

Enquanto isso, navegando pelo portal da saúde do Ministério, encontrei uma coluna quase não divulgada de título Pensando Saúde que traz quatro textos interessantes com algumas figuras do cenário da saúde nacional: Sônia Fleury que dispensa apresentações, Jorge Solla (atual secretário de saúde da Bahia) e outras duas entrevistas com Talita Lima do Acre e Carmen Foro, vice-presidente da CUT.

Divirtam-se com os textos!


(*) Nesse momento eu PENSO: o nome da coluna é Pensando Saúde - semelhança, mera coincidência... ?????

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Tirinhas

terça-feira, 16 de setembro de 2008

E quem disse que a morte não tem hora marcada??

Manchete da Folha on line nessa terça, 16 de setembro:

- Infarto é mais comum às segundas de manhã, aponta estudo

PS: Por favor, não me digam quais as doenças da sexta, sábado e domingo, por favor!!!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Dr. Pepper

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Essa campanha eu tô dentro: Enfermagem em 4000 horas!!!

Estão fazendo pressões para tentarem reduzir a carga horária dos cursos de graduação - bacharelado em enfermagem para 3200 horas, levando em consideração apenas o lado mercadológico da coisa e a possibilidade de ter "profissionais formados" em menos tempo no mercado de trabalho, em detrimento da verdadeira formação de um profissional que agrega tantos outros valores e saberes, fundamentais em qualquer profissão e não só privilégio da Enfermagem.

A ABEn (Associação Brasileira de Enfermagem) deflagrou a batalha e manifesta-se contra. Vejam abaixo o manifesto e a Carta da Aben posicionando-se pela carga horária mínima de 4000 horas distribuídas e integralizadas em 4 anos de estudos para a formação do bacharel em enfermagem.

Baixe a carta da Aben e veja o que pensa sobre a carga horária de enfermagem - clique aqui!

Concordo e apoio o movimento. Isso vai dar o que falar. em breve outros post´s com assuntos relacionados.


download - Carta da Aben

Roda de Ciência


Para quem não conhece, o blog Roda de Ciência é a uma das grandes oportunidades dos blogs tratarem de assuntos de cunho científico trazendo experiências, pontos de vitas e conteúdo daqueles que se propõem a contribuir e, portanto, entra na roda. Como o próprio blog se auto-define, "um ponto de encontro para debates de ciência e não só".


Periodicamente, o blog abre enquete para votarmos no tema/assunto que será eleito como pauta de discussão até que a dinâmica de discussões se esgote - se é que isso é possível.


Pois bem, esta aí o convite.


Clique aqui e dê um pulinho lá no blog e ajude na escolha do próximo tema.

Ahh... e não vale apenas votar, o interessante é depois acompanhar e contribuir.


PS: a imagem peguei do blog Chi vó non pó

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Dia Nacional de Combate ao Fumo

Esse post vai em especial para os amigos Lucas, Ton Bar e Tiago.

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo e franqueio a palavra a Danilo Gentili (CQC) que trata o assunto de forma "séria e com muito humor".



Larguem esse vício! - Vídeo postado no Treta

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Fique antenado...

Genética interessante...

Post do Portal G1 - ciência e saúde

GATO GANHA PAR DE "ASAS" E APELIDO DE "ANJO DA CHINA"


Dois comentários:

- Tinha que ser na China não é?!?

- E AGORA, SERÁ QUE VÃO DAR "ASA A COBRA" - o mundo está perdido

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Mulheres vitimas de violência sexual - algumas considerações

Semana passada, fui convidado por alunos do curso de Enfermagem da FTC - Faculdade de Tecnologia e Ciências para falar no Simpósio de Saúde da Mulher do tema de Violência Sexual nas mulheres.

A oportunidade foi interessante pois pudemos discutir, sobretudo, quão fraco é a rede de serviços de saúde na retaguarda dessas mulheres que sofreram algum tipo de violência sexual.

Essa temática torna-se ainda mais relavante e assume a magnitude de um grave problema de saúde pública na medida em que os números chegam a ser subnotificados de 80 a 95% dos casos, segundo os dados do Ministério da Saúde. Cabe lembrar que essas mulheres que sofreram algum tipo de violência, apenas serão computadas no sistema de saúde como números isolados, como agravos que são tratados e acompanhados distintamente, descontextualizados e desvinculados da causa base que foi a violência sofrida.

Apesar do governo brasileiro já legislar sobre a pauta e orientar sobre como deverão ser procedidos os trabalhos assistenciais e de orientação para essas mulheres vitimizadas, travam-se birgas particulares entre os municípios e os Estados sobre quem vai assumir os ônus financeiros da estruturação dessa rede de serviço. A assistência a essas mulheres deve perpassar pela oferta de serviços e profissionais que garantam apoio psicológico, o cumprimento dos seus direitos e da sua individualidade, o acolhimento nos serviços e o sigilo do seu acompanhamento, a assistência humanizada e a realização dos encaminhamentos necessários com vistas a resolução das demandas que são apresentadas. Mas especificamente, na política integral de saúde da mulher, estão contempladas ações mais diretivas e que envolvem todo um aparto logístico para o seu acontecimento que é a possibilidade de realizar a anticoncepção de emergência, as abordagens profiláticas para DST não virais, profilaxia para Hepatite B e para o vírus HIV, o acompanhamento laboratorial e, nos casos em que haja a ocorrência de gravidez, a possibilidade da realização do aborto legal, conforme preconizado no nosso ordenamento jurídico.
As áreas são muitas a serem contempladas mas encontram pela frente a resistência da gestão municipal que não prioriza essas ações e tampouco destina recursos para execução dessas atividades, os profissionais de saúde pouco sensíveis à temática ou não capacitados a acolher uma mulher vitimizada de violência sexual, a ausência de fluxos definidos na rede de serviços do SUS, as instalações físicas e unidades de saúde não equipadas para o suporte a essas mulheres, dentre tantos outros entraves à consolidação das políticas então discutidas.

Não exitem grandes caminhos a serem trilhados pois o cenário já está bem definido e as necessidades já foram levantadas. Falta agora vontade política para fazer acontecer. Falta fazer com que a sociedade trate o assunto da violência sexual com as mulheres da mesma forma com que tratam assuntos do seu cotidiano e nãopercam a capacidade de se revoltar com situações como essas.

É preciso perceber que a pauta da violência sexual ainda é um tema tratado às escuras por toda complexidade psicológica que carrega e pelo impacto que causa na opinião pública, mas, enquanto isso, os números vão crescendo e a mulheres vão sendo marginalizadas, perdendo espaços que arduamente foram conquistados.

Vejam alguns dados e informações que chocam:

  • 12 milhões de crimes sexuais ocorrem em todo o mundo a cada ano
  • Em diferentes partes do mundo, entre 16 e 52% das mulheres, experimentam violência física pelos seus companheiros
  • 1 (uma) a cada 4 (quatro) mulheres, é objeto de violação sexual ou tentativa de violação em algum momento da sua vida
  • Cerca de 1/3 das adolescentes relatam que sua primeira experiência sexual foi forçada
  • 43% das mulheres brasileiras referem ter sofrido alguma forma de violência sexual, 13% estupro conjugal ou abuso e 11%assédio sexual
  • 14.881 casos de estupro e 12.088 de atentado violento ao pudor em foram registrados no ano de 2000 pelas Secretarias de Segurança Pública
  • Por outro lado, 42.000 estupros são estimados no Estado de São Paulo a cada ano com 1/3 das internações de emergência decorrentes da violência doméstica
  • A violência sexual é responsável por até 25% dos trabalhos perdidos pelas mulheres e pela redução de ganhos financeiros entre 3 a 20%
    Os filhos de mães que sofrem violência têm três vezes mais chances de adoecer e 63% das crianças repetem pelo menos um ano da escola

Fontes: Relatório Mundial sobre Violência e Saúde – OMS 2002 e Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes (MS - 2005)


Valeu turma da FTC, o evento foi show. Sucesso sempre!
Abraço especial para Magali e os discentes Daiane e Daniel

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Caramba... dessa eu nunca vi não: 51 horas de cirurgia

Vocês lembram da história de um médico chamado Franciso Gregori Jr. que estampou na Veja e outros jornais pois tinha utilizado cola Super Bonder para estancar uma hemorragia durante uma cirurgia cardíaca?? Pois é, ele voltou a dar das suas.

Uma matéria do Folha on line estampou que esse médico realizou uma cirurgia cardíaca num paciente que demorou 51 horas. O paciente apresentou problemas de coagulação e fez com que fosses gastos todo o estoque de sangue de Londrina.
Mas, no final das contas, o paciente sobreviveu, assim como a da super bonder também.
Taí um misto de competência, coragem e sorte, muita sorte.

Confiram a matéria completa da Folha aqui!

Novidade: Lablogatórios

Surge o Lablogatórios, um portal de blog´s dedicado a divulgações científicas. Com certeza será mais fácil encontrar outros blogs que tratem dos temas da saúde e ciência e ampliar o universo de discussão.

Quem quer fazer uma inscrição e garantir um nome (login) personalizado está em tempo pois ainda não tem muitos blogs inscritos no portal.

Dica do .42

Projetos para a saúde, onde estão?

Vai começar a campanha eleitoral na televisão e ainda estou aguardando os candidatos apresentarem os planos e metas traçadas para a gestão da saúde nos municípios dos quais são respectivos candidatos.

Tenho certeza que o material será um ótimo termômetro para avaliarmos as concepções de saúde dos candidatos e de como pretendem operá-la caso vençam. Quem vai puxar a fila?

Casos de dengue voltam a ameaçar na Bahia

Informe do Bahia Notícias

BAHIA REGISTRA 300 CASOS DE DENGUE EM UMA SEMANA 12/08/2008 07:38:08

Os casos de Dengue na Bahia aumentaram em 300 apenas entre os dias 21 e 28 de julho. A informação foi confirmada após a divulgação de um boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) nesta segunda-feira (11). Ao longo do ano, o Estado já tem 33.188 casos confirmados, com 561 suspeitos de serem da forma mais agressiva da doença, a hemorrágica. A capital é vítima de 2678 casos de dengue, 40 deles de hemorrágica.

OBS: A SESAB preocupada com a situação já escalou até o Carlinhos Brown fazendo campanha contra o mosquito. Dá uma olhada aqui!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Cursos de saúde da UESC bem na fita

A UESC cada vez mais firma-se como referência para formação dos nossos profissionais. Os cursos de saúde - Medicina, Enfermagem e Educação Física, Biomedicina - mais o curso de Agronomia - foram avaliados e alguns destacaram-se obtendo notas de excelência na avaliação do ENADE.

O destaque fica por conta do curso de Educação Física com nota máxima sendo o melhor da Bahia e o de Enfermagem que tirou o conceito 5 no IDD (indicador de diferença de desempenho) que determina o quanto de conhecimento o curso agrega aos alunos, que o coloca como segundo melhor da Bahia.


Com relação aos parâmentros utilizados para essa avaliação, bem... essa a gente deixa para comentar depois porque é polêmico. Breve postarei algo sobre o assunto.


No mais, parabéns para os alunos e professores dos cursos de saúde da UESC.



quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Hemocentro Regional em Eunápolis

Matéria do site da SESAB

Bahia ganha primeiro Hemocentro Regional

Uma população estimada em quase 320 mil pessoas, de sete municípios da região Extremo Sul, será atendida pelo primeiro Hemocentro Regional da Bahia. O Hemocentro Regional de Eunápolis, a 641 quilômetros de Salvador, que estava sob gestão privada contratada pela prefeitura, passou a integrar a hemorrede estadual na sexta-feira (1º de agosto), passando para a gestão da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia, Hemoba. A unidade se firmará como centro distribuidor de hemocomponentes (derivados do sangue) para as regiões Sul e Extremo Sul do estado, cujos habitantes não dependerão mais de Salvador para obtê-los.

A solenidade contou com a presença do secretário da Saúde, Jorge Solla; do secretário de Saúde de Eunápolis, Mário Gontijo; do diretor da Hemoba, Roberto Schlindwein; da diretora de Acompanhamento e Avaliação da Rede Própria, Conceição Benigno; do novo diretor do hemocentro, o médico hematologista Luciano Laranjeira; e do diretor da 8ª Dires, Baltazar Lamin, além dos funcionários e da população local, que lotou a sala de espera da unidade. Inaugurado há cinco anos, o hemocentro está sendo reequipado, a equipe será reciclada e serão contratados novos profissionais, já que a assistência prestada ali vai ser ampliada.

Além da coleta, preparação e distribuição de bolsas de sangue, único serviço prestado desde que foi inaugurado, há cinco anos, passarão a ser oferecidos, ainda este ano, serviços de transfusão de sangue, punção de medula óssea, diagnóstico e acompanhamento de doenças hematológicas (doenças do sangue, como a anemia falciforme e a hemofilia) e tratamento odontológico para hemofílicos.

"Dentro de 15 ou 20 dias, virão técnicos do Ministério da Saúde para fazer a informatização completa dos serviços. Já foram enviados 10 computadores para o hemocentro, e vamos encaminhar equipamentos complementares e demais insumos para garantir o bom funcionamento do serviço, que vai permitir outro padrão de atendimento, outra capacidade de assistência", informou o secretário Jorge Solla.

Ele acrescentou que o hemocentro vinha sendo subutilizado e necessita de muitos investimentos. "É um processo a ser cumprido", salientou, lembrando que a construção do prédio demorou oito anos e outros quatro se passaram até a unidade entrar em funcionamento. O secretário também evidenciou o esforço que vem sendo feito para melhorar a assistência hematológica no estado, inclusive com a reabertura de bancos de sangue em importantes pólos de assistência, como Senhor do Bonfim, Juazeiro, Paulo Afonso e Seabra.

PLANO "ARROJADO" E DOAÇÕES

Para o secretário de Saúde de Eunápolis, Mário Gontijo, a proposta do Governo do Estado, de incorporar o hemocentro da cidade à Hemoba transformando-o em Hemocentro Regional, é "bem feita, um plano bem arrojado, para que não tenhamos mais tantas pessoas que necessitem dessa assistência se deslocando para Salvador". Gontijo aproveitou para parabenizar a equipe de Assistência Farmacêutica da Sesab, por estar mantendo em dia o estoque de medicamentos do município.

O secretário Jorge Solla lembrou que o hemocentro foi dimensionado para atender à região do Extremo Sul, mas acabou se tornando um projeto bem menos abrangente. "Ano passado, fizemos várias discussões para que ele se tornasse regional, o que hoje será feito sob gestão da Hemoba. Foi um projeto penoso porque, como a prefeitura tinha contrato com uma empresa privada, precisava negociar, esperar acabar o contrato; finda esta fase, os funcionários da Sesab tiveram que fazer todo o mapeamento e checagem do patrimônio".

A etapa a seguir, observa o secretário, vai depender muito da colaboração da população. "É preciso que a população se mobilize para doar sangue, e participe das atividades. Essa contribuição é essencial para os bons serviços que o hemocentro irá prestar", afirmou. Apesar de muito esforço e sucessivas campanhas para sensibilizar doadores, a Hemoba tem enfrentado sempre oferta inferior à grande demanda por sangue e derivados. A meta para o Hemocentro Regional de Eunápolis é coletar 1.056 bolsas/mês para cobrir, com folga, a demanda hemoterápica da região, que é de 6 mil bolsas/ano.

B.F. - DRT/Ba 1158
Ascom Sesab

Não subestime o infarto!

Aí uma crítica que venho fazendo há tempos relacionado a outras patologias também: a forma banal como são tratadas alguns agravos de saúde sem creditar a devida importância que o tema merece, terminam por não causar o impacto desejado na população. O resultado: aumento no número de agravos na sociedade, aumento no número de casos fatais, dificuldade na mudanças de hábitos de vida, entre tantas outras situações que receberiam atenção diferenciada se realmente a população entendesse a gravidade que se impõe. Acontece com o infarto, com a tuberculose, a aids, a hanseníase, doenças que matam, mas seguem "vulgarizadas" na sociedade de forma geral.

Segue abaixo a notícia na íntegra do Portal G1 - ciência e saúde

BBC - Cinema e TV enganam pessoas sobre infarto, diz ONG

Entidade britânica diz que exageros levam paciente a ignorar sintomas reais.

A maneira dramática como ataques cardíacos são mostrados na TV e no cinema pode estar levando pessoas a ignorar sintomas na vida real, alertou uma ONG britânica.

"Ataques cardíacos hollywoodianos" mostram pessoas desmaiando e apertando o peito, simulando dor extrema.

Mas a ONG British Heart Foundation, que luta para diminuir os casos de infarto, alertou que os sintomas de um ataque cardíaco podem ser muito mais sutis e fáceis de ignorar.

"Temos de espalhar a mensagem de que ataques cardíacos no cinema e na TV não são o que as pessoas vivenciam normalmente", disse uma representante da entidade, Betty McBride.

Pesquisa

Em um levantamento feito pela ONG, de cada dez pessoas ouvidas, quatro disseram que seus conhecimentos sobre sintomas de ataques cardíacos vinham da TV e do cinema.

Apenas 6% disseram que tinham procurado aconselhamento ou discutido o assunto com seu médico.

Entre cerca de dois mil participantes da pesquisa, quase um quinto (18%) disseram não saber quais eram os sintomas de um ataque cardíaco.

"Há tantos sintomas. O ponto é, se você está se sentindo muito mal e tem aquela pequena suspeita de que talvez esteja tendo um ataque cardíaco, não demore, chame o serviço de emergência", disse McBride.

Só na Grã-Bretanha, cerca de 250 mil pessoas sofrem ataques cardíacos anualmente. Um terço delas morre antes de chegar ao hospital.

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem dor no centro do peito - uma dor que se espalha pelos braços, pescoço e queixo - e também náusea, suores frios e falta de ar acompanhados de dor.

Ambos os sexos, mas principalmente mulheres, podem sentir um desconforto no peito acompanhado de uma sensação geral de mal-estar, uma dor que se espalha pelas costas ou estômago e uma dor no peito parecida com uma indigestão.

A saúde de Itabuna ainda em foco

Continuam pegando pesado com a Saúde de Itabuna. Nessa semana, após o governador classificar a situação da saúde de Itabuna como estado de calamidade durante o lançamento do programa de segurança por video-monitoramento da cidade, vem ainda o Jornal A Região e coloca mais lenha na fogueira denunciando o pagamento de salários exorbitantes e pagamentos de abonos esdrúxulos (abonos natalinos).

Confiram a matéria aqui: Servidor - de motorista a coordenador em dois meses

Enquanto isso, aguardamos qual será o posicionamento da CIB (Comissão Intergestores Bipartite) que apreciará como pauta de sua reunião a demanda do Conselho Estadual de Saúde que definiu pela perda da Gestão Plena do Sistema de Saúde do município de Itabuna.

Mas quem realmente está gostando dessa situação são os adversários políticos e pleiteantes ao cargo de prefeito municipal que se aproveitam da situação nada agradável da saúde pública local e soltam o verbo, inclusive com alegações de incompetência administrativa de "colegas" e com promessas do tipo "comigo será diferente". é ver para crer!

A que situação chegamos!

domingo, 3 de agosto de 2008

Mitos e verdades sobre a coluna vertebral.

Matéria do site ABC da Saúde.

Traz em 10 dicas bastante simples esclarecimentos sobre veradades e mentiras sobre a coluna vertebral, além de informações sobre como e quando procurar um médico ou o que fazer para aliviar dores. Está em primeiro lugar no ranking de artigos mais visitados no top 20 do site. Vale apena conferir.

Clique aqui!

Gianecchini, alergia à penicilina e outras coisas mais

Só para vocês verem que isso acontece nas melhores famílias e no universo dos famosos também.

Durante essa semana foi noticiado a internação de Reynaldo Gianecchini para tratar de uma reação alérgica após o uso de penicilina injetável IM, a velha benzetacil. O ator descreveu uma série de desconfortos, além do aparecimento de manchas eritematosas (avermelhadas) na pele. Contudo, cabe chamar a atenção que reações alégicas vinculadas ao uso da penicilina podem constituir um grave problema, com sinais e sintomas mais severos, podendo levar os indivíduos a um possível choque anafilático e a morte.

As reações alérgicas são algo comum na população, porém, as reações alérgicas à penicilina são mais raras e estão mais vinculadas ao uso da apresentação injetável do que a forma oral do medicamento. O Blog da Alergia conta que a reação alérgica ao medicamento ocorre em torno de 0,2% da população.

A penicilina, que foi o primeiro antibiótico a ser fabricado, ainda hoje é utilizado com eficácia para tratamento de algumas patologias como a sífilis, por exemplo. Mesmo com o advento da indústria farmacêutica na composição de novos antibióticos mais potentes e eficazes e da capacidade de bactérias de criarem resistência aos medicamentos, sobretudo pelo uso indiscriminado dessas drogas, a penicilina venceu esses obstáculos e transcendeu gerações, sendo um dos antibióticos mais distribuídos na rede pública de serviços de saúde do SUS.

Percebam que a relação custo x benefício do uso da penicilina é tão importante aos cofres públicos e sua potência o tornoa um medicamento indispensável ao tratamento de determinadas infecções que o governo brasileiro mantém o uso dessa droga mesmo com as possibilidades de reações, estimulando os serviços a realizarem a dessensibilização clínica de pessoas para o uso da penicilina, sobretudo aos casos novos ou com histórico negativo de complicações vinculadas ao uso do medicamento.

O problema do uso da penicilina no SUS

Apesar das unidades básicas de saúde dispensarem o medicamento, a maior parte delas não oferece qualquer tipo de suporte para a administração do mesmo. No geral, os serviços não contam com profissionais capacitados para lidar com as possíveis reações causadas pela penicilina ou sequer possuem insumos disponíveis para intervenções de urgência nos casos mais agudos. Dessa forma, o máximo que os serviços de atenção básica conseguem realizar é, após uma anamnese bem feita, administrar o medicamento e ficar observando o paciente, torcendo para que ele não apresente reações, caso contrário, o mesmo terá que ser condizudo às pressas para os serviços de urgência/emergência mais próximos.

Para as unidades de saúde que de imediato esquivam-se de administrar a droga evitando correr riscos e complicações em seus serviços, terminam por encaminhar os pacientes a unidades hospitalares, pronto-atendimentos e pronto-socorros para que o medicamento seja então administrado. Sofre o usuário que fica peregrinando pelo sistema para ter resolvida uma simples demanda de saúde que é a administração de uma droga com segurança e sofre as unidades hospitalares que além de terem suas demandas diárias aumentadas, ainda ocupam profissionais que deveriam estar direcionados ao atendimento de caos mais graves nos serviços de urgência.

O Ministério da Saúde disponibiliza desde 1999 um manual em que orienta sobre como realizar a dessensibilização em pacientes, como tratar os casos em que é necessário a anafilaxia e como normatizar os serviços para tornarem aptos a administração dda droga.

A implementação dos serviços básicos de saúde continuam sendo a chave para organização dessa rede. É necessário que as gestões municipais tomem a inicativa de instrumentalizar as suas unidades básicas de saúde de forma não apenas distribuir o medicamento, mas também administrá-lo com segurança. Os profissionais devem ser capacitados para lidar com os casos e devem existir insumos suficentes nos serviços para realizar os procedimentos com segurança.
Ações como essa, aumentam a resolutividade dos serviços básicos, os fazem crescer em confiança e credibilidade junto a população e vincula os usuários aos serviços, evitando as peregrinações e insatisfações dos usários na rede de serviços.

Tenho certeza que com medidas como essa, até os Gianecchinis se sentirão confortáveis em acessar os serviços para tomar a sua benzetacil.

Dica: para quem quer conhecer o Manual de Testes de Sensibilidade à Penicilina do Ministério da Saúde basta clicar aqui. (versão em pdf)

sábado, 2 de agosto de 2008

Mais problemas na saúde de Itabuna

Deu no Pimenta sobre a intervenção na saúde de Itabuna:

MAIS GRAVE: INTERVENÇÃO PODERÁ SER EM TODA A SAÚDE
Sexta, 01.08.2008, 03:52pm

O Conselho Estadual de Saúde aprovou o descredenciamento de Itabuna para a gestão plena do SUS. A recomendação foi decidida ontem, em Salvador, e já está sendo analisada pelo Governo do Estado.

Entre outras irregularidades cometidas pelos atuais gestores da saúde pública no município, os conselheiros destacaram a desassistência aos usuários, a não-reabertura do pronto-socorro do Hospital Calixto Midlej Filho e a falta de pagamento aos prestadores de serviço, clínicas e laboratórios credenciados.

Segundo Josenaldo Gonçalves, conselheiro ouvido pelo blog, há sérias dúvidas quanto ao destino que a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde estão dando aos cerca de R$ 2,3 milhões que o município recebe mensalmente do Ministério da Saúde. No âmbito local, o Conselho Municipal de Saúde reprovou as duas últimas prestações de contas do setor.

A decisão do Conselho Estadual foi confirmada no plenário da Câmara de Vereadores de Itabuna, nesta sexta-feira, pelo vereador Wenceslau Júnior, e recebeu elogios dele e de outros membros da bancada de oposição.

Do Pimenta na Muqueca

Relação médico-paciente abalada

Matéria na íntegra publicada no portal G1 Ciência e Saúde sobre o abalo na relçaõ médico-paciente.

Desconfiança mostra abalo na 'sagrada' relação médico-paciente
Pessoas parecem acreditar que seus médicos estão escondendo informações deles.Problema é sério pois atrapalha o tratamento e pode colocar vidas em risco.

Um crescente refrão de insatisfação sugere que a tão respeitada relação médico-paciente está cada vez mais fria.

A relação é pedra fundamental do sistema médico -- ninguém pode ser ajudado se os médicos e pacientes não estão se entendendo. Entretanto, e cada vez mais, pesquisas e relatos informais indicam que muitos pacientes não confiam nos médicos.

Cerca de um em cada quatro pacientes sente que seu médico algumas vezes o expõe a riscos desnecessários, de acordo com dados de um estudo do hospital Johns Hopkins publicado neste ano no periódico Medicine. E dois estudos recentes mostram que a confiança nos médicos influencia fortemente o fato de o paciente tomar ou não os remédios prescritos.

Desconfiança e animosidade entre médicos e pacientes têm aparecido em diversos lugares. Hoje pode ser encontrado nas livrarias um gênero de livros do tipo “o que seu médico não diz a você”, prometendo informações retidas sobre tudo, desde perda de peso até doenças do coração.

A internet está forrada de comentários frustrados de pacientes. Recentemente, no blog do New York Times, um leitor chamado Tom fez eco às preocupações de muitos sobre médicos. “Eu, como paciente, digo que parem de agir como se soubessem tudo”, ele escreveu. “Admitam, e nós, os pacientes, poderemos parar de desconfiar de seus rápidos e convincentes diagnósticos.”

Os médicos dizem não estar surpresos. “Desde que comecei a praticar, não consigo deixar me surpreender pela infelicidade dos pacientes e, francamente, pela forma como são maltratados”, diz Sandeep Jauhar, diretor do programa de problemas do coração do Centro Médico Judeu de Long Island e colaborador ocasional da seção de ciência do The Times.

Ele se lembra de uma conversa na semana passada com um paciente que havia sido transferido para o seu hospital. “Eu disse, ‘Por que você está aqui?’ e ele respondeu: ‘Não faço idéia. Apenas me transferiram.”

“Ninguém está falando com os pacientes”, continuou Jauhar. “Todos estão apressados demais. Não acho que os médicos sejam pessoas más -– eles apenas trabalham em um sistema quebrado.”

As razões para toda essa frustração são complexas. Médicos, enfrentando o declínio dos reembolsos e o aumento dos custos, têm apenas alguns minutos para cada paciente. Notícias sobre erros médicos e a influência da indústria farmacêutica aumentaram a desconfiança dos pacientes. E o aumento da publicidade de remédios diretamente ao consumidor e dos web sites de medicina ensinaram os pacientes a pesquisar seus próprios problemas médicos e os tornaram mais céticos e inquisidores.

“Os médicos costumavam ser a única fonte de informação sobre problemas de saúde e sobre o que fazer, mas agora nosso conhecimento está desmistificado”, diz Robert Lamberts, um médico interno e blogger em Augusta, Georgia. “Quando os pacientes chegam com idéias pré-concebidas sobre o que devemos fazer, eles realmente ficam perturbados quando não damos ouvidos. Eu me esforço para explicar por que faço o que faço, mas algumas pessoas não se satisfazem até que façamos o que elas querem.”

Outros dizem que o problema também vem de um exaustivo sistema de ensino que remove os médicos do mundo onde vivem os pacientes. “Quando acaba seu estudo, você sente, de muitas maneiras, que está muito longe das próprias pessoas que deveria ajudar”, diz Pauline Chen, cirurgiã da Universidade da Califórnia e autora de Final Exam: A Surgeon's Reflections on Mortality (Knopf, 2007). “Nós nem mesmo falamos a mesma língua.”

David H. Newman, médico de pronto-socorro do Centro Hospitalar St. Luke's-Roosevelt em Manhattan, diz existir uma desconexão entre o modo com que os médicos e pacientes enxergam a medicina. Médicos são treinados para diagnosticar e tratar doenças, diz ele, enquanto “os pacientes estão interessados em ser ouvidos e ficarem bem.”

Newman, autor do novo livro Hippocrates' Shadow: Secrets from the House of Medicine (Scribner), diz que estudos sobre o efeito placebo sugerem que Hipócrates estava certo ao afirmar que a fé nos médicos pode ajudar a cura. “A falta de uma fonte confiável de tratamento agrega tristeza e sofrimento a qualquer condição”, diz Newman.

Mas esses médicos dizem que a situação ainda tem esperança. Pacientes que não acreditam em seus médicos deveriam procurar um novo, mas eles podem ser capazes de melhorar as relações existentes sendo mais abertos e comunicativos.

Vá a uma consulta com perguntas escritas para não se esquecer de perguntar o que é importante para você. Se um médico começa a apressar a consulta, diga, “Doutor, ainda tenho algumas perguntas.” Pacientes que são abertos com seus médicos sobre seus sentimentos e medos terão freqüentemente o mesmo nível de abertura como resposta.

“Todos nós, pacientes e médicos, no fim queremos a mesma coisa”, diz Chen. “Mas vemos um ao outro em lados opostos. Existe esse senso de que estamos nos enfrentando, e não trabalhando em conjunto. É uma tragédia.”

Fonte: G1 Ciência e Saúde / New York Times News Service

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Rua Henrique Alves... tempos que não voltam mais

Esse indiretamente, não tem tanto relacionado com saúde, mas relacionado com a velha e boa Rua Henrique Alves no Pontalzinho em Itabuna. Abaixo matéria na íntegra de Daniel Thame publicado em seu blog

Uma rua chamada medo

Há pouco menos de cinco anos, a rua Henrique Alves era um exemplo de um Pontalzinho boêmio, com uma vida noturna efervescente, e ao mesmo tempo com ares de cidade interiorana, onde os vizinhos colocavam cadeiras na calçada para jogar conversa fora, as crianças brincavam livremente e casais de namorados davam seus amassos discretos ou nem tanto na porta de casa.
O chamado bairro ideal, com tudo perto. Farmácia, padaria, mercado, açougue e uma profusão de bares, estrelado pelo Katiquero, com sua cerveja sempre gelada e caranguejos que merecem ser degustados de joelhos.
Essa rua e esse bairro, infelizmente não existem mais, embora a padaria, a farmácia, o mercado, o açougue e o Katiquero continuem nos mesmos lugares.
A rua Henrique Alves, que de tão pacata às vezes parecia modorrenta, tornou-se a síntese de uma violência que se estende a todas as ruas e a todos os bairros dessa cidade sitiada pela bandidagem.
Não passa um dia sem que haja um assalto, não passa uma semana sem que haja um arrombamento de casa ou estabelecimento comercial. E vieram também os assassinatos. O ultimo deles vitimou um engenheiro de 48 anos, morto a tiros durante uma tentativa de assalto.
Tornou-se banal, em qualquer hora do dia, alguém gritar que teve seu telefone celular roubado. Os marginais, sozinhos ou em duplas, agem livremente. O simples barulho de uma moto provoca calafrios, tantos são os motobandidos cometendo crimes com a quase certeza da impunidade.
O que era paz, virou pavor. É raro encontrar alguém na rua a partir das 20 horas. Pais só se tranqüilizam quando os filhos retornam para casa, como se chegar vivo do trabalho, da escola ou do lazer fosse uma espécie de prêmio de loteria.
As residências viraram verdadeiras fortalezas, com grades, correntes e sistemas de vigilância eletrônica. Uma falsa sensação de segurança, já que ninguém passa a vida toda trancado. E também porque nem esse aparato evita a ação dos bandidos, cada vez mais ousados e destemidos.
Beira o inacreditável, mas há cerca de dois meses, um marginal escalou três andares para roubar roupas que estavam secando na varanda de uma casa. As grades que deveriam servir de proteção, serviram como escada para o ladrão.
Parte dessa tranqüilidade perdida deve-se à expansão do consumo de crack, essa droga devastadora que leva empurra os viciados ao mundo do crime.
Roupas, calçados, celulares, pulseiras e anéis se transformam em moeda de troca na hora de adquirir as pedras que eles consomem sem parar.
E o bairro, que já foi uma espécie de paraíso na terra para quem quer conciliar as facilidades da cidade grande com a tranqüilidade de uma pequena cidade, se transformou num inferno, onde as pessoas não estão seguras nem dentro de casa.

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Talvez com saudade de um tempo que não volta mais, uma moradora colou a cadeira na calçada e ficou observando o movimento. O telefone tocou e ela entrou em casa para atender.
Quando retornou minutos depois, haviam roubado a cadeira...