Bahia ganha primeiro Hemocentro Regional
Uma população estimada em quase 320 mil pessoas, de sete municípios da região Extremo Sul, será atendida pelo primeiro Hemocentro Regional da Bahia. O Hemocentro Regional de Eunápolis, a 641 quilômetros de Salvador, que estava sob gestão privada contratada pela prefeitura, passou a integrar a hemorrede estadual na sexta-feira (1º de agosto), passando para a gestão da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia, Hemoba. A unidade se firmará como centro distribuidor de hemocomponentes (derivados do sangue) para as regiões Sul e Extremo Sul do estado, cujos habitantes não dependerão mais de Salvador para obtê-los.
A solenidade contou com a presença do secretário da Saúde, Jorge Solla; do secretário de Saúde de Eunápolis, Mário Gontijo; do diretor da Hemoba, Roberto Schlindwein; da diretora de Acompanhamento e Avaliação da Rede Própria, Conceição Benigno; do novo diretor do hemocentro, o médico hematologista Luciano Laranjeira; e do diretor da 8ª Dires, Baltazar Lamin, além dos funcionários e da população local, que lotou a sala de espera da unidade. Inaugurado há cinco anos, o hemocentro está sendo reequipado, a equipe será reciclada e serão contratados novos profissionais, já que a assistência prestada ali vai ser ampliada.
Além da coleta, preparação e distribuição de bolsas de sangue, único serviço prestado desde que foi inaugurado, há cinco anos, passarão a ser oferecidos, ainda este ano, serviços de transfusão de sangue, punção de medula óssea, diagnóstico e acompanhamento de doenças hematológicas (doenças do sangue, como a anemia falciforme e a hemofilia) e tratamento odontológico para hemofílicos.
"Dentro de 15 ou 20 dias, virão técnicos do Ministério da Saúde para fazer a informatização completa dos serviços. Já foram enviados 10 computadores para o hemocentro, e vamos encaminhar equipamentos complementares e demais insumos para garantir o bom funcionamento do serviço, que vai permitir outro padrão de atendimento, outra capacidade de assistência", informou o secretário Jorge Solla.
Ele acrescentou que o hemocentro vinha sendo subutilizado e necessita de muitos investimentos. "É um processo a ser cumprido", salientou, lembrando que a construção do prédio demorou oito anos e outros quatro se passaram até a unidade entrar em funcionamento. O secretário também evidenciou o esforço que vem sendo feito para melhorar a assistência hematológica no estado, inclusive com a reabertura de bancos de sangue em importantes pólos de assistência, como Senhor do Bonfim, Juazeiro, Paulo Afonso e Seabra.
PLANO "ARROJADO" E DOAÇÕES
Para o secretário de Saúde de Eunápolis, Mário Gontijo, a proposta do Governo do Estado, de incorporar o hemocentro da cidade à Hemoba transformando-o em Hemocentro Regional, é "bem feita, um plano bem arrojado, para que não tenhamos mais tantas pessoas que necessitem dessa assistência se deslocando para Salvador". Gontijo aproveitou para parabenizar a equipe de Assistência Farmacêutica da Sesab, por estar mantendo em dia o estoque de medicamentos do município.
O secretário Jorge Solla lembrou que o hemocentro foi dimensionado para atender à região do Extremo Sul, mas acabou se tornando um projeto bem menos abrangente. "Ano passado, fizemos várias discussões para que ele se tornasse regional, o que hoje será feito sob gestão da Hemoba. Foi um projeto penoso porque, como a prefeitura tinha contrato com uma empresa privada, precisava negociar, esperar acabar o contrato; finda esta fase, os funcionários da Sesab tiveram que fazer todo o mapeamento e checagem do patrimônio".
A etapa a seguir, observa o secretário, vai depender muito da colaboração da população. "É preciso que a população se mobilize para doar sangue, e participe das atividades. Essa contribuição é essencial para os bons serviços que o hemocentro irá prestar", afirmou. Apesar de muito esforço e sucessivas campanhas para sensibilizar doadores, a Hemoba tem enfrentado sempre oferta inferior à grande demanda por sangue e derivados. A meta para o Hemocentro Regional de Eunápolis é coletar 1.056 bolsas/mês para cobrir, com folga, a demanda hemoterápica da região, que é de 6 mil bolsas/ano.
B.F. - DRT/Ba 1158
Ascom Sesab
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