sábado, 18 de abril de 2009

Remédios, para quem?

Pessoal, já li os e-mails e mais uma vez aviso: voltarei a postar com frequência, mas é que fase está um pouquinho turbulenta com tanta coisa para fazer nos meus trabalhos e projetos. Sem contar as pós-graduações.... afff...
Vou fazer uma coisa que não gosto muito por aqui: copiar post! Mas para mantê-los informados vou colocar algumas matérias interessantes que andei lendo e claro, guardando todos os direitos de reserva de quem escreveu.

Segue abaixo matéria na íntegra do Ciência e Idéias onde Maria Guimarães faz algumas considerações sobre a utilização e busca por novos fármacos e como isso tem provocado mudança de foco nos pacientes e supervalorização da indústria farmacêutica.



"Ouvi ontem uma entrevista interessante com o médico norte-americano John Abramson, autor do livro Overdosed America - the Broken Promise of American Medicine. Durante sua experiência clínica no estado de Massachusetts, ele se deu conta de que a busca por medicamentos não está a serviço dos pacientes, mas da indústria. Tem a ver com o que o Karl escreveu no Ecce medicus um tempo atrás.Frustrado, Abramson deixou de clinicar para escrever o livro, direcionado para as vítimas potenciais - os médicos, segundo ele, ainda não estão prontos para ouvir que também estão sendo enganados.Ele conta que boa parte da pesquisa para desenvolver medicamentos é financiada pela indústria farmacêutica. O mesmo vale para boa parte dos periódicos científicos especializados - a fonte de informação supostamente isenta e fidedigna para pesquisadores e médicos. Além disso, os Estados Unidos são dos poucos países que permitem a propaganda de remédios diretamente ao consumidor - que já chega ao consultório pedindo por um remédio, solicitação a que os médicos tendem a aceder. Com isso tudo, tanto médicos como pacientes acabam sendo enganados e acabam recorrendo a medicamentos mais caros e menos adequados (algo que a Tara Parker-Pope, do New York Times, também denunciou).Ao fazer a pesquisa para o livro, Abramson examinou registros de testes clínicos publicados e não publicados. Viu que a publicação dos resultados não segue as regras da ciência, mas as da economia: remédios mais lucrativos são mais divulgados, resultados negativos de remédios lucrativos são varridos para baixo do tapete. Ao fim, o médico denuncia o foco excessivo da sociedade moderna em remédios, a opção aparentemente cômoda por encontrar pílulas que resolvam tudo. Ele lembra que nada como um bom estilo de vida - dieta mediterrânea, exercício, boas horas de sono - para ser mais saudável. Para ele, se uma paciente chega ao consultório pedindo um exame para medir os teores de colesterol - e em busca de estatinas para controlá-lo, o médico tem que interpretar o pedido. Se o que ela quer é reduzir as chances de ter problemas cardiovasculares, medir o colesterol não é necessariamente a melhor opção.A entrevista, em inglês, está no podcast "Berkeley groks".
Publicada por Maria Guimarães às
17:20 "

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